Seguidores

domingo, 15 de novembro de 2020

PATRONO COSTÁBILE ROMANO - CADEIRA 30 - MARCELINO ROMANO MACHADO

 COSTÁBILE ROMANO

 Marcelino Romano Machado

Quando tomei posse na ALARP, tive como patrono o jornalista Costábile Romano, ex-Prefeito de Ribeirão Preto, ex-Deputado Estadual, homem trabalhador e que, embora pertencente às classes mais humildes da sociedade, conseguiu se eleger e se destacar nos cargos públicos que exerceu através de um trabalho sério e dedicado à toda coletividade.

Em 2016, com a  colaboração do jornalista e biógrafo Nicola Tornatore (precocemente falecido) e de Renato Castanhari Junior, na produção, escrevi livro sobre Costábile Romano, hoje pronto e que será lançado em breve.

Assim sendo,  vou reproduzir alguns trechos para que todos possam tirar uma ideia do que será a obra em seu conteúdo e apresentação. É claro que fatos, eventos, acontecimentos, assuntos polemizados, histórias familiares, enfim,  tudo que uma pessoa, por muitas vezes polêmica, possa ter passado em sua existência está retratado nesse livro, inclusive com depoimentos, fotos e ilustrações.

Para que possam ter uma ideia sobre o conteúdo do livro, faço  a transcrição do seu Prefácio, de autoria do jornalista e biógrafo Nicola Tornatore:

           PREFÁCIO

            “Meu primeiro contato com o legado do ex-prefeito Costábile Romano foi ainda nos anos 90, quando comecei a investigar a história  de Ribeirão Preto por meio principalmente de pesquisas nos acervos de nossos jornais antigos. Apesar de nascido e criado em Ribeirão Preto, tinha até então poucas informações sobre o político que nos anos 50 comandara  a Prefeitura.

    

 Logo me surpreendi com o incomparável festejo do Centenário de Ribeirão Preto em 1956. Uma comemoração que era para ser apenas local transformou-se num evento nacional,  reunindo o Presidente Juscelino Kubitscheck, o governador em exercício José Porfírio da Paz, o presidente da Câmara dos Deputados Ulysses Guimarães e dezenas  de milhares de moradores de nossa cidade e da região.

          Depois, a transformação dos bairros da periferia (com a chegada de água, esgoto, asfalto) do cenário cultural (a partir da vinda de Jaime Zeiger e Bassano Vacarini); e do Ensino Superior (com a criação do campus da Universidade de São Paulo),  para citar apenas três dos setores que qualquer pesquisa  histórica divide em dois momentos distintos – o antes e o depois de Costábile Romano .

          A herança do ex-prefeito e deputado estadual é de tal  porte que, na passagem do cinquentenário de sua morte precoce, esse é um resgate mais que oportuno. A frase do  mais conhecido filosófo chinês,  Confúcio, de que “se queres prever o futuro, estuda o passado” encaixa -se perfeitamente nesse trabalho de pesquisa e coleta de depoimentos, feito em parceria com o sobrinho do biografado, Marcelino Romano Machado.

          Afinal, entre muitos outros pioneirismos, como o de ter sido o primeiro prefeito a priorizar a majoritária população dos bairros da periferia, Costábile Romano foi o primeiro a prever que a sua querida Ribeirão Preto se transformaria numa metrópole, meio século antes dessa previsão se tornar realidade. Aprendamos, então, com o impressionante legado de Costábile Romano, um homem público, na perfeita acepção do termo, que “gostava demais desta bendita terra.”

                                                                                           Nicola Tornatore

Também outro jornalista e historiador, Júlio José Chiavenato fala sobre Costábile em sua origem como empresário, jornalista e prefeito.   

           Júlio José Chiavenato, jornalista e escritor, fez parte da Redação do jornal O Diário na década de 60, quando Costábile Romano era deputado estadual.

          “Foi Costábile Romano, como empresário, quem iniciou a profissionalização da imprensa de Ribeirão Preto. E sua eleição para prefeito significou uma grande mudança porque rompeu uma tradição secular, nunca  antes o Palácio Rio Branco tinha sido ocupado por alguém de origem humilde. Costábile teve ainda de enfrentar uma forte oposição e os apelido pejorativos de “italianinho” e “padeirinho” atestam isso. Foi o primeiro prefeito a olhar para os bairros da periferia. E o último bom prefeito de Ribeirão Preto”.


Outro depoimento, esse mais no sentido de amizade e familiar é o de Vera Gaetani (que nos deixou recentemente) e que diz o seguinte:-

          

          D.Vera Gaetani, viúva do Dr. Luiz Gaetani


            “Costábile Romano e sua eposa D.Núncia tinham um carinho muito grande pelo Luiz.  E a amizade vinha de longa data, já que um irmão do Costábile, o Fortunato, contava que o Luiz comprava pão na padaria da famíia Romano  ainda criança, usava calças curtas. Logo após nosso casamento, o Dr. Costábile Romano nomeou o Luiz primeiro médico da Prefeitura e depois ortopedista do Sassom. Outro fato que aproximou as famílias Romano e Gaetani é que ambas são oriundas da mesma região da Itália, a Província de Salerno.”

Após essas observações, seria importante relembrar que Costábile era filho de imigrantes italianos que vieram para o Brasil bem no final do século XIX,já casados na Itália, tendo fixado suas atividades em São Paulo-SP, ficando entre o bairro do Brás e a padaria da Rua Formosa, no centro da cidade.

Alguns anos depois vieram para Ribeirão Preto, onde montaram uma padaria na Praça Coração de Maria, na Vila Tibério, a qual anos depois, foi transferida  para o início da Rua 7 de setembro com o nome de Padaria Minerva. Neste interim, após trabalhar algum tempo na padaria, inclusive ajudando seu pai na entrega dos pães, Costábile  começou a militar na imprensa local trabalhando primeiro como redator e repórter esportivo, sendo que, posteriormente passou para os setores geral, político,  até ser, respectivamente, diretor e proprietário do jornal “Diário da Manhã”.

Aí começou o misto de sua trajetória entre o jornalista e o político.

Vende o Diário da Manhã e funda o Jornal O Diário em 1955. Passa pela presidência do Botafogo F.C. e se candidata a prefeito de Ribeirão Preto em três eleições consecutivas, tendo sido eleito na última em 1955. Aquele menino, filho de imigrantes italianos, que entregava pão nos finais da madrugada, cujo adversários o chamavam  pejorativamente de “padeirinho” e “italianinho” foi o primeiro político vindo das classes humildes e trabalhadora a se eleger Prefeito Municipal de Ribeirão Preto.

Entretanto, logo após sua posse como prefeito, Costábile, que não tomava conhecimento dos apelidos que seus adversários lhe davam , procurou todos eles para que se unissem pelo bem da cidade.

Fez como se fosse um apelo por Ribeirão!

No começo enfrentou algumas resistências, mas depois conseguiu a união de todos, inclusive de grandes empresários e da elite opositora. Com isso Ribeirão começou a despontar e teve um ápice nas comemorações e festividades do seu Centenário. Foi nessa época que nossa cidade entrou para o grande cenário nacional com as grandes comemorações, com  a vinda de grandes empresários, governantes estrangeiros e as grandes lideranças políticas da época, como deputados, governadores de estado, culminando com o Presidente da República em dia de grande gala no qual Ribeirão recebeu inúmeros recursos para o início de seu marco como metrópole e centro regional de desenvolvimento.

                                                                            

Com isso não podemos deixar de destacar a grande Revolução Cultural que teve Ribeirão Preto, iniciada naquela época com a vinda de dois grandes nomes que trabalharam com muita dedicação pela arte, cultura e desenvolvimento da nossa cidade. São eles: o engenheiro Jaime Zeiger e o artista plástico  Basano Vaccarini, os quais se juntaram aos artistas locais e transformaram Ribeirão Preto num templo cultural de muito destaque.

Isso não só pela coreografia e qualidade dos eventos culturais realizados pela ocasião do centenário da cidade, mas também pelos acontecimentos culturais posteriores com reflexos positivos até hoje em função do legado deixado.


Finalizando posso dizer que me orgulho muito de minha descendência e de ocupar nesta Academia, a cadeira de Costábile Romano. Ficam portanto, essas considerações enviadas à nossa ALARP, na esperança de que possa ter contribuído com o trabalho que me foi solicitado.


Ribeirão Preto, 09 de novembro de 2020.


Marcelino Romano Machado


Patrono Abelardo Pinto - cadeira 29 - Mara Senna

 Homenagem a Abelardo Pinto, patrono da cadeira 29 da ALARP

Primeira titular: Jair Ianni de Paula Eduardo




Segunda Titular e atual ocupante da cadeira: Mara Lucia Senna Oliveira Vieira

Presto esta homenagem ao meu patrono Abelado Pinto – o Piolin, através de um resumo da sua bela história, baseado no livro ‘Piolin, a trajetória iluminada do maior palhaço brasileiro’ de autoria da acadêmica Jair Yanni, (Editora COC, 2006), e que fez parte do meu discurso de posse como acadêmica na ALARP em 27 de março de 2014. Desfrutem desta linda história, com o registro de belas fotos.

Mara Senna, escritora, poeta.


Foi na noite de 27 de março de1897, no Circo Americano, armado na Rua Barão do Amazonas 77, em sua última apresentação em Ribeirão Preto, que se ouviu o choro de uma criança recém-nascida no picadeiro II. Era o primeiro filho do diretor do circo, Galdino Pinto com atriz Clotilde Farnesi. Ele anunciou a criança como o mais novo artista da companhia e deu a ele o nome de Abelardo. Quis a sorte que ele nascesse ribeirão-pretano, quando na verdade estava planejado para nascer em Uberaba, no dia seguinte. Surgia assim, Abelardo Pinto, que viria a ser Piolin o maior palhaço brasileiro comparado aos melhores do mundo de sua época como Chaplin, Grock, Paul Albert e os Irmãos Fratelini.  

O apelido Piolin, que significa ‘barbante fino’ foi dado a ele aos quatorze anos, por uns elementos espanhóis da companhia de seu pai, por ser magro e usar roupas justas. Quando se tornou palhaço adotou então o apelido.

Mesmo crescendo no circo, o pai conseguiu dar a ele, além da excelente formação circense, uma ótima escolaridade.  Abelardo soube aproveitar tudo o que seu pai lhe ensinara: estudou música, tocava violino, clarineta, era domador, engolidor de espadas, exímio acrobata, contorcionista desde criança, tinha uma grande capacidade criadora e uma comicidade até então nunca vista.  

O interessante é que ser palhaço nunca havia sido o seu sonho. Estudou no Colégio São Bento e mais tarde chegou a frequentar a Escola de Direito do Largo São Francisco por dois anos, e parou porque queria ser engenheiro. 

Mas Piolin acabou se tornando engenheiro do sonho e do riso, quando precisou fazer uma substituição de um palhaço no circo de seu pai. Foi empurrado para o picadeiro e fez tanto sucesso que nunca mais parou, tornando-se uma legenda na arte circense brasileira.

 Como palhaço, mostrava os problemas do cotidiano com muita inteligência e graça, parodiando, improvisando as situações político-sociais do momento, com toda a sua capacidade artística. Seu riso era inimitável e tinha uma garganta privilegiada para certas inflexões, interjeições e exclamações. Explorava os textos com gestos e mímicas jocosas. Tinha a noção exata da sua colocação em cena, dicção perfeita, português correto. Era inteligente e preparado, elegante, sem ser obsceno, cheio de graça e de brasilidade, começando pelo traje, que palhaços estrangeiros nunca tinham ousado. Ajudando pelo palhaço Chicharrão, seu mestre, criou uma roupa diferente, a figura de um palhaço muito brasileiro: com chapéu coco, peruca careca pela metade, nariz de bolota vermelha, boca maquiada de branco, escancarada, terno marrom, calça xadrez, enorme colarinho branco, pequena gravata borboleta, sapatões torcidos, bengala enorme, polainas brancas. Essa indumentária nunca foi mudada e até hoje é imitada. Piolin foi inclusive a grande influência de outro palhaço muito querido e famoso de Ribeirão Preto, o palhaço Biriba.

Piolin sempre lutou pela renovação do teatro brasileiro e sonhava com a criação de um circo bem nosso, livre das características europeias. Criava tipos bem nacionais e suas pantomimas ingênuas eram deliciosamente brasileiras.  Encantou crianças e adultos ao longo de gerações. Nunca quis deixar o país apesar de inúmeros convites que recebeu.

Teve seu próprio circo em São Paulo, no Largo do Paissandu e outros locais, e também percorreu o país em turnês por algum tempo.  Ao longo da vida, atuou sempre em dupla com os melhores palhaços da época: como Harry Queirollo, o Chicharrão, Albano Pereira, o Alcebíades (com quem completou 1000 espetáculos lá) e seu filho Fuzarca, o jovem Arrelia (Waldemar Seyssel), e Aureliano Ozon, o Camarão.

Quando o Movimento Modernista começou, o circo de Piolin passava por sua melhor fase. Marcou época em São Paulo, tendo participado de movimentos que assinalaram a vida artística paulistana como a Semana de Arte Moderna de 1922. Seu circo era frequentado pela elite intelectual e pela fina flor da literatura paulista. 

Piolin era cortejado por escritores e artistas como Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Pagu, Anita Malfatti, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia, Rual Bopp, Yan de Almeida Prado, Sérgio Miller e estrangeiros como os Blaise Cendrars, Felippo Marinetti e Dino Serge Pitgrilli e outros, que se deslumbravam com a sua genialidade e também com ele conviviam. Disse dele Mário de Andrade: “Ninguém tem culpa de Piolin ser grande deveras, e mesmo, às vezes, genial”. Disse Menotti Del Picchia: “fosse aqui tempo de cinema e Piolin não iria dever nada a um Catinflas ou a um Chaplin, os grandes de sua época.”

O presidente de São Paulo Dr. Washington Luiz não perdia os seus espetáculos às quintas feiras no Largo do Paissandu, sendo seu fã ardoroso e defensor da sua causa.

Quando não estava atuando, Piolin era tímido, sóbrio, discreto. Muito rigoroso, rígido, gostava de tudo direito e a tempo. Seu maior desejo era o de criar uma escola de circo para que essa arte fosse imortal

Passou por alguns revezes como o de ser despejado, sem justa causa, do terreno onde sua companhia ficara por 11 anos.  Mas, mantinha com ele o segredo do amor e da luta e mesmo quando a arte do circo foi seriamente ameaçada pela chegada da televisão, mesmo estando já velho e com problemas cardíacos graves, continuou atuando no Mundo Maravilhoso de Piolin. 

Em 1972, aos 75 anos foi homenageado por Pietro Maria Bardi na comemoração de 50 anos do Museu de Arte de São Paulo. Recebeu um colarinho de ouro e entregou sua roupa de palhaço para o MASP, que lá se encontra como lembrança da criação de moda de um palhaço brasileiro.

 Um ano depois em São Paulo em 25 de janeiro de 1973 foi anunciada sua última temporada, pois seu estado de saúde se agravava. Sua derradeira aparição foi no Parque do Anhembi na grande despedida oficial caracterizada como O Maravilhoso Mundo de Piolin.  Ele queria morrer no picadeiro ou num camarim, mas não conseguiu realizar o desejo. E faleceu no dia 04 de setembro de 1973, longe do circo. 












Ainda em vida, recebeu o mérito de ter o dia do seu nascimento, 27 de março estipulado como o Dia Nacional do Circo. Após a sua morte em 1975, foi homenageado com nome da Rua Abelardo Pinto no local onde existiu ser circo, no Largo do Paissandu, em São Paulo, além de batizar outras entidades como A Academia Piolin de Artes Circenses, Associação Piolin de Artes Circenses e Festival Piolin de Artes Circenses. Até hoje tem sido assunto de dissertações em universidades como a ECA - USP.

É quase impossível separar hoje a história de Jair da história do Piolin. É como se eles tivessem se tornado uma só alma. Ela tinha uma enorme admiração e devoção por esse artista, e dedicou-se a resgatar e perpetuar a sua memória.  O fez brilhantemente no livro já citado, Piolin – a trajetória iluminada de um palhaço brasileiro (2006), e se empenhou junto ao poder público e privado no projeto da construção de uma praça dedicada a ele. Conseguiu, mas infelizmente não chegou a ver terminada a obra. 

Porém, a praça que recebeu o nome de Praça Jair Yanni – Monumento Piolin foi inaugurada em 23 de dezembro de 2013, na entrada do Ribeirão Shopping: uma obra belíssima que conta com sete murais, onde foram pintados 14 painéis em azulejos pintados a mão, com ilustrações e poemas do livro sobre Piolin, projetada e executada pelo artista plástico, arquiteto, urbanista e acadêmico da ALARP, Roberto Bérgamo (in memoriam). A seguir, poderão assistir um vídeo sobre a praça, com seus belíssimos painéis. 


Veja pelo link abaixo todas as etapas da construção do memorial Piolin pelo artista Roberto Bérgamo

Patrono Bassano Vaccarini - cadeira 66 - Edgar de Castro Cardoso

  

Todo o artista é um ser intuitivo, com faculdades supranormais. Por isso, podemos afirmar que sempre existirá o intérprete subtil e mágico da natureza, e dos profundos e eterno anseio da humanidade. E esse poder de intuição – ou força intuitiva – uma como revelação mágica de substância desconhecida é que torna o homem predestinado criador, mais próximo de Deus do que dos seus semelhantes (VACCARINI, 1962). 


Os trabalhos deste artista italiano, nascido em 9 de agosto de 1914, em San Colombano al Lambro, na província de Milão, impressionam pelo montante e pela qualidade.  Atuando de maneira intensa como artista e educador, Bassano Vaccarini deixou sua marca indelével em vários campos das artes. 

Quando jovem, aproveitava as férias escolares para ajudar artistas em sua cidade natal. Como resultado desta aproximação, aos 12 anos esculpiu sua primeira obra: "Diógenes". Logo depois, em 1929, Bassano ingressou no Liceu Artístico de Milão, dando início a uma educação formal em Artes, que continuou em 1932, num ateneu público, a Accademia di Belle Arti di Brera, também em Milão. Esta escola é uma das mais antigas da Itália, ainda em funcionamento. Em 1934 esteve na Scuola d'Arte di Villa Reale in Monza, onde fez aulas com Marino Marini, importante escultor, falecido em 1980. Durante o seu processo de formação, já se consagrava como o melhor escultor jovem italiano, com o prêmio “Tantardini”, em Milão, em 1935. No mesmo ano expôs com o grupo Futurista de Gênova.

No final dos anos de 1930 ele mostrava a sua veia combativa, fazendo parte do “Movimento di Corrente”. Inicialmente, uma revista fundada em 1938, por Ernesto Treccani, que se tornou um grupo intelectual complexo, com vários componentes estéticos e políticos. Reuniu pintores, escultores, filósofos, literatos, entre outros, alguns dos quais ganharam destaque na cena pública italiana depois da Segunda Guerra Mundial. Além de Bassano Vaccarini, participavam do “Corrente”, Renato Guttuso (pintor expressionista, que se tornou senador pelo Partido Comunista Italiano), Salvatore Quasimodo (vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, em 1959), Bruno Cassinari, Ennio Morlotti, Aligi Sassu e Giuseppe Migneco. 

O movimento foi definido por Antonio Banfi como: 

L’arte vuol vivere la vita e la vita è una cosa sola con la libertà: libertà intima di sviluppo, possibilità di dare a se stessa le proprie norme, i propri problemi, i propri contenuti e le proprie forme. Da questa libertà assoluta dipende la possibilità di scoprire e consacrare in lei la poeticità della nostra vita (La Biblioteca di via Senato. Milano. N. 3 Marzo, 2011).

Com o fim da revista, em meados de 1940, a Bottega degli artisti di Corrente continuou organizando algumas exposições e catálogos com o nome de Galleria dela Spiga e di Corrente. Mostras com Santomaso, Hiero Prampolini, Angelo Savelli, De Felice, Bartolini e Maccari passaram pela galeria. Em março de 1943, durante uma mostra de Vedova, a política italiana fechou a Bottega, colocando fim ao movimento. Depois de participar da Bienal de Veneza, em 1942, no mesmo ano do fechamento do “Corrente”, em 1943, Vaccarini entrou no curso de especialização em escultura, na Escola de Arte de Genebra, Suíça.

Bassano chegou ao Rio de Janeiro em 1946. Juntamente com Aligi Sassu e Giuseppe Migneco formavam os “Novos de Milão”, grupo remanescente do “Movimento di Corrente”. De acordo com Miguel Sanches, a exposição teve uma boa repercussão, prova disto são as reproduções das obras em periódicos, como a Revista Joaquim, de Curitiba.

 Após um tempo no Rio, Bassano foi para São Paulo, onde passou a residir e trabalhar como cenógrafo, figurinista e diretor técnico da Cia. de Teatro Bela Vista e Cia. de Teatro Silveira Sampaio. Na capital, fez parte do grupo ODA – Oficina de Arte, juntamente com Frans Krajcberg, Bruno Giorgi e outros. Além disto, integrou a equipe técnica do Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, tornando-se assistente de Aldo Calvo, com quem dividiu a autoria de vários cenários. 

Nos próximos anos ele acumulou as atividades de cenógrafo, escultor e pintor. Em 1947, recebeu três prêmios importantes: 1º Prêmio de escultura do Salão do Sindicato de Artistas, o 2º Prêmio em Pintura da Exposição Circulante do Governo de São Paulo e o 1º Prêmio em escultura do Salão de Belas Artes de São Paulo. Em 1948, na Espanha, conquistou o 1° Prêmio do Concurso Internacional Monumento ao Padre Anchieta. Recebeu, ainda, os prêmios de melhor cenógrafo do ano, em 1953 e 1954, em São Paulo e Rio de Janeiro.

Entre 1951 e 1955 lecionou a disciplina de Plástica na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU/USP. Fundada em 1948, a FAU originou-se do antigo curso de engenheiro-arquiteto da Escola Politécnica. Nos primeiros anos o curso associava disciplinas técnicas, lecionadas por engenheiros, com elementos do currículo padrão da Escola Nacional de Belas Artes, organizados em componentes curriculares ministrados por artistas plásticos, como plástica, modelagem, arquitetura de interiores, grandes e pequenas composições.

Foi convidado, juntamente com Jaime Zeiger, pelo Prefeito de Ribeirão Preto, Costábile Romano, para planejar e executar os pavilhões destinados à Exposição Comemorativa do Centenário da Cidade, em 1956. Depois de atuar neste projeto, Vaccarini passou a residir no município, sem, entretanto, deixar de participar do circuito de exposições de São Paulo.

Usando sua experiência de docência no ensino superior, ao lado de Domenico Lazzarini e outros, fundou a Escola de Artes Plásticas de Ribeirão Preto, em 1957. Dentro desta instituição organizou a Escola de Arte Dramática, em 1964. Nesta fase, também atuou como professor de cenetécnica e cenografia em vários cursos organizados em Ribeirão Preto, além de lecionar Artes Plásticas no Ginásio Vocacional de Batatais (1962).

Já reconhecido como escultor e pintor, os anos de 1960 consagraram Bassano Vaccarini em outra área: o cinema, na qual ele se destacou como pioneiro na animação para o cinema no Brasil. Bassano foi cofundador do CEC – Centro Experimental de Cinema da Escola de Artes Plásticas de Ribeirão Preto, em 1960, onde atuou como diretor. Além disso, alguns anos mais tarde, participou do grupo que criou o Ateliê Onze Zero Quatro, importante ponto de encontro dos artistas locais.

Observa, ainda, o historiador da arte, Prof. Teixeira Leite, que até meados da década de 1960, ele dedicou-se a executar composições abstratas, retomando, mais recentemente, a figuração em suas pinturas, apresentando afinidades com o expressionismo. Em algumas das suas esculturas, trabalhou também com formas orgânicas, abstratas, combinadas a elementos figurativos (LEITE, 1988, p. 516).

Incansável, seria a palavra para definir o artista Vaccarini. Com 55 anos de idade entrou para o curso de Pedagogia, na Universidade de Ribeirão Preto, graduando-se em 1972.

Ao participar da Coletiva “Um século de Escultura”, no MASP, em 1982, mais uma vez a obra de Bassano recebeu reconhecimento nacional. Naquele mesmo ano, a prefeitura de Altinópolis, SP, convidou o escultor para executar obras de arte em logradouros públicos do município. Dez anos depois foram apresentados ao público sete painéis em concreto, no Jardim de Esculturas "Dr. Ulysses Guimarães”.

Entre 1993 e 1997, durante o governo do Prefeito Antonio Palocci Filho, Vaccarini foi contratado para esculpir as obras no Parque Ecológico Maurílio Biagi. Em 1994 convidou o arquiteto Elias Alfredo Filho para trabalhar ao seu lado. O projeto original era de doze esculturas, mas, a sua demissão pelo Prefeito Luiz Roberto Jábali, deixou o conjunto incompleto.

Em 1998, Bassano Vaccarini foi acometido pelo Mal de Alzheimer, mas continuou participando de exposições coletivas em cidades da região. 

Ao falecer, em 7 de abril de 2002, Bassano Vaccarini deixou muitas marcas como escultor, pintor, cineasta, cenógrafo e professor. Esta multiplicidade de atividades revela um artista multifacetado e versátil, que teve que aliar o desejo de criar livremente com a necessidade de sobrevivência, sem, contudo, perder a criatividade e a originalidade. 

Para Dante Velloni, Vaccarini trouxe um “sentido de modernidade” para Ribeirão Preto. Nos anos de 1950, quando o município tinha poucos veículos de informação por onde se pudessem assimilar os movimentos artísticos internacionais, Bassano foi aquele que, juntamente com Domenico Lazzarini, trouxe a influência artística europeia para a capital do café.

ADRIANA SILVA

https://www.youtube.com/watch?v=SFl9OWmH4ds

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/videos/t/jornal-da-eptv-1-edicao/v/exposicao-e-lancada-para-comemorar-centenario-de-vaccarini/3553121/

PATRONO: PROF. DR PIER LUIGI CASTELFRANCHI - CADEIRA 55 - LEILA CARMELINA UBBI BALDOCHI

 

  


Patrona Sylvia Vallada Roselino - cadeira 65 - Nely Cyrino de Mello


Divagações  

Deus o que é o homem?

Uma flor passageira 

Que o sol ou o frio queima 

Do vento transporta. 

Um sopro vão, 

Uma sombra ligeira, 

Viva pela manhã 

E à noite morta !


A lua triste  a lua pálida 

Saudade esquálida 

Rolava no azul da imensidade 

Com sua luz serena e fria,

Branca como a harmonia 

Pura e clara como a Verdade.


Monotonia 

Nada há de novo no mundo em que vivemos .

O sol que ontem vimos, é o mesmo que hoje vemos .

Atrás dos gelos do inverno frio 

Frutos e espigas virão no estio.

Os temas de hoje, de ontem foram 

E, sem dúvida, de amanhã serão.

Sentimentos, dores, os mesmos são.

Repetida a palavra, a frase, a vida.

Sempre igual, uniforme, a terra gira .

Monótona, enfadonha minha lira.


Pavana para um príncipe morto
(da música de Debussy)

         Música dolente

         Lânguida e vaga 

         Plangente, envolvente,

         Que a alma afaga.

         Branda harmonia 

         Que suspira e inspira 

         Melancolia

         Como o sussurrar 

         De um regato terno

         No leito a rolar.

         Mágica lembrança 

         Mágoa, saudade,

         Suavidade 

         Sonoridade

         Que a um tempo é pranto 

         E acalanto


                 Alguns dados biográficos

Sylvia de Oliveira Vallada, filha de Lydio Oliveira Vallada e Elzira Ximenes Vallada, nasceu aos 25 de novembro de 1925, na cidade de Ribeirão Preto.

A partir de 1952 ,Sylvia Vallada Roselino, virtude de seu casamento com Dr Fernando Roselino, com quem teve dois filhos: Fernando e Helena.

Fez o Curso Primário no Colégio N. Sra Auxiliadora, o Curso Ginasial, no Colégio Santa Úrsula e teve sua iniciação musical e piano, com o maestro Nardelli.

 Buscando novos horizontes,  cursou Letras Clássicas no Rio de Janeiro ,com renomados mestres, entre os quais, Alceu Amoroso Lima (o Tristão de Athaide), Pedro Calmon, D Helder Câmara, Delamare,Theobaldo Miranda Santos, o maestro Eliazar de Carvalho.

 Cursou Arte Antiga e Literatura Francesa na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, sob a direção de Antoine Adam, da Sorbonne.

 Em São Paulo, estudou Literatura e Poesia espanhola na Faculdade Mackenzie e frequentou a FFCL Sedes Sapiaentiae da PUC de São Paulo.

 Retornando à Terra Natal, ministrou aulas de Português, Espanhol  e Latim nos Colégios Moura Lacerda, Santa Ursula, Progresso e Othoniel Motta.

 Escreveu muitos poemas, publicou artigos, revisou e prefaciou livros, sendo jurada em vários Concursos Literários;

 E, acima de tudo, como escreveu a Acadêmica, Cléo Reis, além do amplo domínio das diversa línguas, foi também Amor, dividindo o pão espiritual de cada dia, como esposa, mãe e avó."

(não tive a felicidade de conhecê-la mas conhecedora de sua extraordinária sensibilidade, modéstia e sabedoria, sinto imenso orgulho em ocupar a cadeira que leva seu nome.

       Ribeirão Preto, 05 de novembro de 2020

       Nely Cyrino de Mello


Patrono Romildo Cantarelli - cadeira 51 - Carlos Roberto Ferriani

 Romildo Cantarelli, nasceu em Pádua, Itália, no dia 10 de janeiro de 1882, filho de João Cantarelli. Em fevereiro de 1889 chegou ao Brasil, acompanhado de seus pais e quatro irmãos. O desembarque da família foi no porto de Santos. Inicialmente, fixaram residência numa fazenda localizada no município de Pedreira - SP, onde seu pai assumiu o posto de administrador. Posteriormente, a família mudou-se para a cidade de Jaú - SP, onde Romildo Cantarelli começou a dedicar-se à aprendizagem da arte fotográfica. A fim de aprimorar seus conhecimentos, transferiu-se para a cidade de São Paulo e, em 1899 retornou a Jaú, onde instalou o seu primeiro estúdio, denominado Photographia Cantarelli (NÉVIO CANTARELLI, 1999).

 No ano de 1899, casou-se com a italiana Zorilla Gavazzoni, desta união nasceram os filhos: João, Adélia, Oswaldo e Névio. Sua filha Adélia faleceu ainda criança, e o seu filho João morreu em 1918, com 17 anos de idade, vítima da gripe espanhola (NÉVIO CANTARELLI, 1999).

Em janeiro de 1927, depois de vender a Photographia Cantarelli em Jaú para seu irmão Eugênio, Romildo Cantarelli transferiu-se com a família para Ribeirão Preto, onde adquiriu a Photographia Lami (NÉVIO CANTARELLI, 1999).

Em Ribeirão Preto, Romildo Cantarelli atuou, principalmente, como fotógrafo de estúdio, retratando noivas, personalidades, etc. A partir de 1934, os filhos Oswaldo e Névio auxiliavam o pai nos trabalhos de retoque e ampliação. Na rua Duque de Caxias, ao lado do antigo prédio da Instituição Educacional Moura Lacerda, Romildo Cantarelli esteve à frente do Foto Cantarelli até 1954, quando adoeceu (NÉVIO CANTARELLI, 1999).

 Seus filhos Oswaldo (casado com Abgail de Oliveira, filhos: Oswaldo Junior, Ricardo e Marco Aurélio) e Névio (casado com Altiva Guedes, filhas: Marlene e Maria Cecília) assumiram o Foto Cantarelli até o ano de 1964, quando encerraram as atividades (NÉVIO CANTARELLI, 1999).

Em Ribeirão Preto, segundo os registros de impostos, Romildo Cantarelli ocupou os seguintes endereços:

• Nos anos de 1927 e 1928, consta que o fotógrafo estava estabelecido na rua Duque de Caxias n. 27;

• Entre os anos 1929 e 1933 o estúdio do fotógrafo se localizava na rua Álvares Cabral n. 27;

• No período entre os anos de 1934 e 1946, Romildo Cantarelli estava estabelecido na rua Duque de Caxias n. 96;

• A partir de 1950 consta o nome Romildo Cantarelli&Filhos.

Borges (1986) cita um anúncio publicado por Romildo Cantarelli, em 1929, no qual o fotógrafo chama a atenção para os serviços de feitura de retratos “em tamanho natural”.

Os serviços enfatizados neste anúncio, de fato, corroboram a fama do fotógrafo como grande “retratista”, especialidade fotográfica pela qual Romildo Cantarelli é lembrado.

PATRONO ANTÔNIO BOTELHO - CADEIRA 32 - DR NELSON JACINTHO

 Homenagem de Nelson Jacintho ao seu patrono da ALARP, Antônio Botelho cadeira 32 

Não conheci Antônio Botelho, mas, sei que nasceu na cidade de Amparo no dia 25 dse abril de 1894 e lá fez seusa estudos preliminares. Apesar de não ter nascido em Ribeirão Preto, foi nessa cidade quie passou a maior parte da sua vida, vindo a falecer no dia 26 de junho de 1976. 

Botelho era uma pessoa de grande bondade filantrópica e muito caridoso. Trabalhou intensamente em ações sociais. Trabalhou como secretário da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto. Foi confrade Vicentino  e trabalhou para essa instituição durante muitos anos com dedicação incomensurável. Foi associado da Beneficência Portuguesa e integrante da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Catedral de Ribeirão Preto. Ele era contador e fez parte do Sindicato dos Contabilistas de Ribeirão Preto. Foi professor de contabilidade e ajudou inúmeros jovens no início de suas carreiras. Foi perito contabilista e colaborou intensamente em várias comissões, ações e sindicâncias na área de contabilidade. Foi militante político. 

Antônio Botelho recebeu inúmeras homenagens durante a sua vida!

Certamente a indicação para ser um dos patronos da ALARP foi mais um reconhecimento para o seu nome e uma feliz indicação da Academia.

O seu nome jamais será esquecido pelo povo de Ribeirão Preto principalmente nos setores por onde ele passou e dedicou parte de sua vida na prática do bem!

Tenho orgulho em tê-lo como patrono da cadeira 32 que ora ocupo.

Com o mesmo orgulho vou homenageá-lo com um poema! 


                       Poema a Antônio Botelho

Antônio Botelho! Os anos passaram,

mas lembranças ficaram!

Foste um homem inconteste!

Quanta caridade, como vicentino

na vida, tu fizeste!

Quanta religiosidade

na Irmandade do Santíssimo Sacramento 

da nossa catedral!

Tua dedicação não teve outra igual!

Como perito contabilista 

passaste em revista

processos de sindicância 

a perder de vista!

Como militante político 

procuraste trabalhar  

a serviço da verdade

em nossa cidade!

Como eu, não nasceste em Ribeirão,

mas fizeste dela,

cidade coração!

Foste um homem que marcou

nossa cidade 

e tua morte deixou 

grande saudade! 

Que a tua morte faça nascer

no coração de cada um de nós

a alegria de servir e de viver!

PATRONA GLORIA PROENÇA - CADEIRA 34 - HELOISA MARTINS ALVES

 Gloria Proença 

luso brasileira 

Brasil abraçou

aqui viveu guerreira 


professora dedicada 

crianças acollhidas 

amor ternura 

conhecimento cultura 

vividas 


liderança independente 

visionária bandeirante 

mullher coração 

exemplo cidadania 

amante 


Gloria professora 

doou amor

crianças necessitadas 

que viviam 

dor 


seu lar 

alimentava  vestia 

crianças carentes 

sorrisos alegres

agradecia 


ALDRAVIAS 

olhar 

profundo 

entendimento 

necessitados 

precisam 

acollhimento 


preparação 

mundo 

mellhor 

educação 

salva 

fortalece 


Gloria 

compreendia 

acreditar 

educar 

resgatar 

solucionar 


crianças 

encontram 

amor 

maternal 

coração 

segurança

PATRONO: DOM LUIZ DO AMARAL MOUSINHO - CADEIRA 33 - MIGUEL ANGELO BARBOSA

3º Bispo - Dom Luís do Amaral Mousinho (Bispo: 1952; 1º Arcebispo 1958-1962)

O 3º Bispo e 1º Arcebispo - Dom Luís do Amaral Mousinho, nasceu em Timbaúba-PE, no dia 18 de novembro de 1912. Em 1948 foi nomeado Bispo de Cajazeiras-PB onde permaneceu até 12 de março de 1952 quando foi nomeado pelo Papa Pio XII 3º Bispo de Ribeirão Preto. Sua posse se deu no dia 10 de junho de 1952. No dia 19 de abril de 1958 - ano do jubileu de ouro da Criação da Diocese, Pio XII elevou à categoria de Arquidiocese e nomeou Dom Mousinho seu 1º Arcebispo, cuja posse se deu no dia 30 de novembro de 1958.

Em 1960 preparou a criação da Diocese de São João da Boa Vista, criada pelo Papa João XXIII em 1960. Incentivou a Ação Católica e promoveu Curso por um mundo melhor para o Clero, para Religiosas e Leigos em 1956. Seu grande trabalho foi a construção do novo Seminário Arquidiocesano Maria Imaculada, em Brodowski, inaugurado em 1961.

Dom Luís do Amaral Mousinho morreu no dia 24 de abril de 1962.

Fonte: http://www.arquidioceserp.org.br/bisposAnteriores?id=1112

PATRONO PROF. DOUTOR MAURICIO OSCAR DA ROCHA E SILVA - CADEIRA 47 DE ALCIONE MENEGAZ


 

Patrono Vicente Teodoro de Sousa - Cadeira 39 - Cléo Reis

 

V T S

 Do Livro RITORNELO DO AMOR- 1988

De uma ex-aluna

para um eterno Professor,

Vicente Teodoro de Sousa,

Professor, Poeta e incentivador.

Partistes mestre...

Querido mestre.

Cresci,

mas as sementes que plantastes

não param em mim,

prolongar-se-ão nos meus filhos

e brotarão em muitos  discípulos pela cidade...

Um mestre não passa,

fica nas letras, no espaço,

nos corações

e Floresce...


 Cléo Reis 

     Cad. 39 Patrono Vicente Teodoro de Sousa


Patrono Orestes Colombari - cadeira 14 - Hélio Vannucchi


 

PATRONO LEOPOLDO LIMA - Cadeira 60 - SONIA MARIA ALBUQUERQUE

 

 HOMENAGEM A LEOPOLDO LIMA

   Por ocasião do 39º aniversário da ALARP, Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, homenageio o meu Patrono LEOPOLDO LIMA , Cadeira 60, com a criação desta releitura de três temas queridos ao artista: cadeiras, girassóis e labirintos.Fiz uso também de certa referência a Van Gogh, pois Leopoldo Lima se assemelhava fisicamente a ele.

Título: HOMENAGEM A LEOPOLDO LIMA (Patrono da Cadeira  de n. 60 da ALARP)

Técnica mista sobre tela

Medidas: 0,60m x 0,80m

Ano: 2020

Artista: Sonia Albuquerque



PATRONO : ANTENOR PIMENTA - CADEIRA 52 - ACADEMICA ELIANE RATIER

 




terça-feira, 13 de outubro de 2020

"DIA DA CRIANÇA - BRINCADEIRAS DIGITAIS E TEXTO" por SONIA ALBUQUERQUE


Dia de amarelinha, de pular corda e brincar de roda. 

Dia de bicicleta, balanço e escorregador... 

Casinha de boneca, pipa, cata-vento e bolinha de gude...

Banhos de esguicho, andar nos muros e subir em árvores... 

Contos de fada, sonhos e mais sonhos...da minha infância... 

Feliz Dia da Criança!







 

HOMENAGEM AO DIA DAS CRIANÇAS - " CRIANÇA PRECISA BRINCAR" por SONIA ALBUQUERQUE

 

 Desenhos em canetinha nankin sobre papel  







segunda-feira, 28 de setembro de 2020

CLICK POESIA - "É PRIMAVERA" por NELY CYRINO


 

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

"HOMENAGEM A PORTINARI" por SONIA ALBUQUERQUE

 


Trabalho enviado para a exposição coletiva virtual da Semana de Portinari 2020. Releitura de dois trabalhos de Portinari: MENINO e NAMORADOS, além do museu Casa de Portinari estilizado e uma rosa, cultivada até hoje nos jardins do museu.


domingo, 20 de setembro de 2020

...E AGORA??? - por MIGUEL AI/IGELO

  

Sim! E agora?

Essa e a pergunta que em muitos momentos da vida nos fazemos. Geralmente ela é precedida por um sentimento de medo e continua no momento que ainda estamos nos perguntando.

Em resumo nossa evolução depende muito do medo e a ousadia para enfrenta-lo. Situações assim permeia nossas vidas desde quando nascemos

Para dar os primeiros passos o bebe tem que ir perdendo o medo de cair. O futuro namorado tem que vencer o medo de tocar a mão da pretendida, se tiver receptividade tem que perder o medo de encostar boca com boca e assim por diante tornando aquele medo inicial em momentos de prazer.

O medo é o sentimento em busca do prazer em grande parte das vezes. O medo se torna terror quando não encontramos saídas para situações opressoras, as quais muitas vezes entramos nela em busca do prazer. O desconhecido da um frio na barriga por que não sabemos o que vem depois. As vezes só alegrias e descobertas, mas vezes só situações desagradáveis.

Aprender pelo empirismo envolve muitas vezes essa situação do medo, mas é um medo dialético. Você testa e não sabe o resultado. Pode por tudo a perder do seu experimento ou não, pode avançar um pouquinho e fazer analisar onde está errado ou onde acertou. Te criando um conhecimento verdadeiro, experimentado. Muitas vezes o conhecimento teórico, aprendido por leitura ou interlocução com um professor carece para sedimentar, para incorporar, ou seja, para começar a fazer parte de seu pensamento e ação, no seu juízo de valores para poder operar no mundo, da experiência empírica, de por a mão na massa, da tentativa e erro, do “quebrar a cara”. Não adianta receber um aviso de alguém: “Não é por aí”, “Cuidado!”, “Não faça assim que não vai dar certo”. Teimamos e fazemos para desafiar, num tipo de pensamento assim: “Comigo vai dar certo”, “Vou descobrir coisas que ele não descobriu”, Eu sou diferente, não vou ter problemas.

    Desde o inicio de meu trabalho no campo artístico fui autodidata, mas nunca dispensei o conhecimento teórico para verificar minha assertividade. Como é bom quando você encontra um mestre pela frente e te fala a palavra chave do que estava procurando. Faz você dar um salto no seu conhecimento e experiência.

     Trabalhar profissionalmente no campo artístico faz muitas vezes você não esperar a inspiração pois ela depende de motivações. Arte é vida e como na vida você não está sempre motivado, mas deve manter a disciplina de trabalho, tornado a própria vida uma disciplina artística. Inspiração é a luz que vem antes de começar. Mas depois de iniciado uma obra mesmo sem inspiração a mente começa a procurar, nas profundezas de seu espirito, memórias de medo e prazer, criando paralelos entre as novas imagens, colocadas aleatoriamente, à imaginação de sua vida. Quando pronta, essa obra iniciada sem inspiração, percebemos nela uma luz sobre seu íntimo, que você facilitou emergir das suas profundezas ao jogar aleatoriamente cores, formas, nuances. linhas, volumes, conceitos ou palavras, melodias etc..

(...) PENSAMENTO NÃO LINEAR, INTUITIVIDADE...

    (...) PENSAMENTO NÃO LINEAR, INTUITIVIDADE...

De em ...e agora? em ...e agora? Vamos tecendo nossa evolução e fortalecimento. Enfrentar nossos medos nos faz avançar no nosso aprendizado e enfrentamento do dia a dia. Para isso temos que estar permanentemente ousando... vencendo o medo. Cada medo que vencemos temos novas descobertas e em consequência novas experiencia, e assim vai amadurecendo nossas emoções e percepção do mundo. Portanto há medos que preferimos continuar a ter, porque se fizermos acabara nossa vontade de continuar a encontrar os limites de ousar, eu por exemplo tenho medo de ter respostas prontas para pessoas que se acham donos da verdade, pois sempre estou indagando e achando novas verdades. Se entrar em discussão sei que vou perder. Perder o medo da morte também, acho que me fará cair no tanto faz com a vida. Estacionando assim nossa evolução.  
MIGUEL AI/IGELO

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

CLICK POESIA - "OURO E PRATA" por NELY CYRINO

 


CLICK POESIA - "SEM TETO" por HELENA AGOSTINHO

 


HOMENAGEM AO DIA DO FOLCLORE por SONIA ALBUQUERQUE

 


Canetinhas Nankin s/ papel e montado sobre madeira.

domingo, 16 de agosto de 2020

NEGO VÉIO





 

terça-feira, 11 de agosto de 2020

"MEDITAÇÃO" por NORMA CAMPAZ


Circunferência: 0,80/ Técnica: Acrílico sob tela, ano de 2016.


 

CLICK POESIA - "GOSTO OU... AGOSTO" por NORMA CAMPAZ

 

CLICK POESIA - "VIVÊNCIA" por Maria Luiza de Paiva Diniz

 

CLICK POESIA - "VIDA" por SONIA ALBUQUERQUE

 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

DOIS MINUTOS E QUARENTA SEGUNDO - por MIGUEL AI/IGELO

DOIS MINUTOS E QUARENTA SEGUNDOS

Dois minutos e quarenta segundos, exatamente isso! O tempo de meu ovo ficar no ponto exato depois que começa a ferver de manhã quando ponho na leiterinha para ferver. Demorei alguns dias pra chegar a esse tempo, depois que me meti a curtir um ovo quente pela manhã. Tentativa e erro. Sincronizando e marcando ate chegar ao ideal. O ideal para meu gosto, mas cada um tem seu gosto, seu tempo, seu tipo... seu porquê.

Parece uma coisa boba começar falar sobre uma coisa tão corriqueira. Mas com essa experiência boba me remeti a tantas situações que vivi automaticamente, que realizei, que aperfeiçoei e não me dava conta que nesses tipos de situações, estão toda essência da evolução, da cultura, da ciência, da filosofia... etc., humana. Ou seja, todo o processo civilizatório. 

Os dois minutos e quarenta segundos que tenho que ficar esperando o ovo cozer no ponto que eu quero, fico com a mente na condição de expectativa, nos últimos vinte segundos olhando o cronometro e ao mesmo tempo absorta durante um pouco além dos 2 minutos. Esse poco tempo absorto a cabeça vai longe. Mas começa no perto, ali mesmo, no ateliê. O que temos para o dia? Muitas vezes uma obra nova ou uma nova obra, uma restauração encrencada na mesa, uma arrumação diferente, etc. Aliás o ateliê é uma fábrica de desafios. 

Quando tem uma obra nova no cavalete venho já de dentro ruminando saídas para continuar de onde parei, mas muitas vezes tudo muda quando confronto depois de muitas horas fora do contato visual do trabalho iniciado. Minha ideia preconcebida do dia anterior de onde parei, muda ao contemplar assim que avisto novamente. Encontro ângulos que não tinha percebido, formas, matizes, histórias, desejos, sonhos esquecidos, etc., que a combinações guardadas pela noite me vislumbram no retorno do dia.

Quando está em plano uma nova obra nos minutos do ovo fico imaginando o que poderia fazer de novo. Já fiz tantas coisas... montar novas composições de figuras de cores? explorar a plasticidade de novas formas atadas a nuances de cores, de sombras, de luz? Ou tentar contar algum sentimento presente, alguma preocupação? ou uma história feliz?

Dois minutos, as vezes e dez segundos, as vezes e trinta segundos e as vezes quando vejo, fiquei tão absorto nas minhas traquinas mentais que o cronometro já passou dos dois minutos e quarenta segundos. Ai corro e desligo rápido, retiro com uma colher o ovo e ponho debaixo da água da torneira para esfriar. Mas dependendo do dia, a mente não esfria do assunto que tratava para o dia no ateliê.

Quando tem uma encomenda com tema escolhido, fico conjugando varias imagens na mente imaginando-as elaboradas na tela. Arquitetando o tema com cores e formas. 

Quando está em pauta uma restauração encrencada... ufa! As vezes tenho que resolver a invenção de uma ferramenta auxiliar ou toda uma engenharia de manejo para solucionar situações delicadas. Aqueles dois minutos e pouco ficam ruminando uma resposta, que ali naquele tempo não vem. Mas quando a pergunta fica bem formulada para o inconsciente na hora que estou de frente com o problema vem o estalo, a eureca. 

Incrível, mas tudo tem a ver com a observação do tempo certo do ovo. 

Em todas as situações a mente criativa ou laborativa tem seu tempo de deixar no ponto o que você pretende, o que você busca. Como também todo o processo de busca de uma solução para cada problema. A depuração até chegar num modo de resolver da melhor maneira. 

A vida é uma construção de experimentos e experiências. As experiências acumuladas te dão competência para solução de novos problemas. Muitas vezes a gente quer que abra a porta, mas não pesquisamos as palavras mágicas. Essa é a razão da mente bárbara querer vencer na força. A inteligência vence qualquer tipo de força bruta. Aliás a história da civilização esta permeada de situações de tentativas e erros, mas sempre tem alguém pra receber um eureca ou uma maçã caindo na cabeça. A própria palavra civilização é auto explicativa disso.  Somos civilizados na medida que criamos os rudimentos de convivência e bem estar comum. E isso foi um longo processo de adaptação ao meio, aliás é um processo sem tempo pra acabar. Quanto mais civilizados mais queremos ser, mesmo que ainda os bárbaros tentem romper com violência esse processo. A civilização sempre vence. 

A obra pronta muitas vezes é linda ou causa estranheza, mas por trás de qualquer sentimento que produza em quem a contemple pronta, existe a laboração interna e externa, de tal maneira que as duas se acertem no tempo do cozimento da obra. E esse tempo é o momento do artista, que não sabe viver sem ter no seu tempo a matéria viva que ao cozinhar em seu âmago, alimente seu viver.

Quem nasceu primeiro? O ovo ou o pintinho? eis a questão. O ser ou o vir a ser? Old questions...

MIGUEL AI/IGELO