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domingo, 15 de novembro de 2020

Patrona Sylvia Vallada Roselino - cadeira 65 - Nely Cyrino de Mello


Divagações  

Deus o que é o homem?

Uma flor passageira 

Que o sol ou o frio queima 

Do vento transporta. 

Um sopro vão, 

Uma sombra ligeira, 

Viva pela manhã 

E à noite morta !


A lua triste  a lua pálida 

Saudade esquálida 

Rolava no azul da imensidade 

Com sua luz serena e fria,

Branca como a harmonia 

Pura e clara como a Verdade.


Monotonia 

Nada há de novo no mundo em que vivemos .

O sol que ontem vimos, é o mesmo que hoje vemos .

Atrás dos gelos do inverno frio 

Frutos e espigas virão no estio.

Os temas de hoje, de ontem foram 

E, sem dúvida, de amanhã serão.

Sentimentos, dores, os mesmos são.

Repetida a palavra, a frase, a vida.

Sempre igual, uniforme, a terra gira .

Monótona, enfadonha minha lira.


Pavana para um príncipe morto
(da música de Debussy)

         Música dolente

         Lânguida e vaga 

         Plangente, envolvente,

         Que a alma afaga.

         Branda harmonia 

         Que suspira e inspira 

         Melancolia

         Como o sussurrar 

         De um regato terno

         No leito a rolar.

         Mágica lembrança 

         Mágoa, saudade,

         Suavidade 

         Sonoridade

         Que a um tempo é pranto 

         E acalanto


                 Alguns dados biográficos

Sylvia de Oliveira Vallada, filha de Lydio Oliveira Vallada e Elzira Ximenes Vallada, nasceu aos 25 de novembro de 1925, na cidade de Ribeirão Preto.

A partir de 1952 ,Sylvia Vallada Roselino, virtude de seu casamento com Dr Fernando Roselino, com quem teve dois filhos: Fernando e Helena.

Fez o Curso Primário no Colégio N. Sra Auxiliadora, o Curso Ginasial, no Colégio Santa Úrsula e teve sua iniciação musical e piano, com o maestro Nardelli.

 Buscando novos horizontes,  cursou Letras Clássicas no Rio de Janeiro ,com renomados mestres, entre os quais, Alceu Amoroso Lima (o Tristão de Athaide), Pedro Calmon, D Helder Câmara, Delamare,Theobaldo Miranda Santos, o maestro Eliazar de Carvalho.

 Cursou Arte Antiga e Literatura Francesa na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, sob a direção de Antoine Adam, da Sorbonne.

 Em São Paulo, estudou Literatura e Poesia espanhola na Faculdade Mackenzie e frequentou a FFCL Sedes Sapiaentiae da PUC de São Paulo.

 Retornando à Terra Natal, ministrou aulas de Português, Espanhol  e Latim nos Colégios Moura Lacerda, Santa Ursula, Progresso e Othoniel Motta.

 Escreveu muitos poemas, publicou artigos, revisou e prefaciou livros, sendo jurada em vários Concursos Literários;

 E, acima de tudo, como escreveu a Acadêmica, Cléo Reis, além do amplo domínio das diversa línguas, foi também Amor, dividindo o pão espiritual de cada dia, como esposa, mãe e avó."

(não tive a felicidade de conhecê-la mas conhecedora de sua extraordinária sensibilidade, modéstia e sabedoria, sinto imenso orgulho em ocupar a cadeira que leva seu nome.

       Ribeirão Preto, 05 de novembro de 2020

       Nely Cyrino de Mello


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