Divagações
Deus o que é o homem?
Uma flor passageira
Que o sol ou o frio queima
Do vento transporta.
Um sopro vão,
Uma sombra ligeira,
Viva pela manhã
E à noite morta !
A lua triste a lua pálida
Saudade esquálida
Rolava no azul da imensidade
Com sua luz serena e fria,
Branca como a harmonia
Pura e clara como a Verdade.
Monotonia
Nada há de novo no mundo em que vivemos .
O sol que ontem vimos, é o mesmo que hoje vemos .
Atrás dos gelos do inverno frio
Frutos e espigas virão no estio.
Os temas de hoje, de ontem foram
E, sem dúvida, de amanhã serão.
Sentimentos, dores, os mesmos são.
Repetida a palavra, a frase, a vida.
Sempre igual, uniforme, a terra gira .
Monótona, enfadonha minha lira.
Pavana para um príncipe morto
(da música de Debussy)
Música dolente
Lânguida e vaga
Plangente, envolvente,
Que a alma afaga.
Branda harmonia
Que suspira e inspira
Melancolia
Como o sussurrar
De um regato terno
No leito a rolar.
Mágica lembrança
Mágoa, saudade,
Suavidade
Sonoridade
Que a um tempo é pranto
E acalanto
Alguns dados biográficos
Sylvia de Oliveira Vallada, filha de Lydio Oliveira Vallada e Elzira Ximenes Vallada, nasceu aos 25 de novembro de 1925, na cidade de Ribeirão Preto.
A partir de 1952 ,Sylvia Vallada Roselino, virtude de seu casamento com Dr Fernando Roselino, com quem teve dois filhos: Fernando e Helena.
Fez o Curso Primário no Colégio N. Sra Auxiliadora, o Curso Ginasial, no Colégio Santa Úrsula e teve sua iniciação musical e piano, com o maestro Nardelli.
Buscando novos horizontes, cursou Letras Clássicas no Rio de Janeiro ,com renomados mestres, entre os quais, Alceu Amoroso Lima (o Tristão de Athaide), Pedro Calmon, D Helder Câmara, Delamare,Theobaldo Miranda Santos, o maestro Eliazar de Carvalho.
Cursou Arte Antiga e Literatura Francesa na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, sob a direção de Antoine Adam, da Sorbonne.
Em São Paulo, estudou Literatura e Poesia espanhola na Faculdade Mackenzie e frequentou a FFCL Sedes Sapiaentiae da PUC de São Paulo.
Retornando à Terra Natal, ministrou aulas de Português, Espanhol e Latim nos Colégios Moura Lacerda, Santa Ursula, Progresso e Othoniel Motta.
Escreveu muitos poemas, publicou artigos, revisou e prefaciou livros, sendo jurada em vários Concursos Literários;
E, acima de tudo, como escreveu a Acadêmica, Cléo Reis, além do amplo domínio das diversa línguas, foi também Amor, dividindo o pão espiritual de cada dia, como esposa, mãe e avó."
(não tive a felicidade de conhecê-la mas conhecedora de sua extraordinária sensibilidade, modéstia e sabedoria, sinto imenso orgulho em ocupar a cadeira que leva seu nome.
Ribeirão Preto, 05 de novembro de 2020
Nely Cyrino de Mello
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